quarta-feira, 11 de abril de 2012

"A HORA DO CANSAÇO"

As coisas que amamos,
as pessoas que amamos
são eternas até certo ponto.
Duram o infinito variável
no limite de nosso poder
de respirar a eternidade.

Pensá-las é pensar que não acabam nunca,
dar-lhes moldura de granito.
De outra matéria se tornam, absoluta,
numa outra (maior) realidade.

Começam a esmaecer quando nos cansamos,
e todos nos cansamos, por um ou outro itinerário,
de aspirar a resina do eterno.
Já não pretendemos que sejam imperecíveis.
Restituímos cada ser e coisa à condição precária,
rebaixamos o amor ao estado de utilidade.

Do sonho de eterno fica esse gozo acre
na boca ou na mente, sei lá, talvez no ar.

CARLOS DRUMMOND ANDRADE

terça-feira, 10 de abril de 2012

De volta pro amor

Tô vivendo com uma sombra sobre mim
E uma nuvem no meu quarto de dormir
Tanto tempo sozinho que às vezes eu acho que a culpa é
minha

Tenho andado atrás dos sonhos que criei
Tanto sentimento que desperdicei

Infinito momento
Perdido na esquina do pensamento

Tudo que eu queria era sentir de novo o amor
eu daria tudo pra sentir de novo o amor

As estrelas se recusam a brilhar
Um minuto leva horas pra passar
Tô sentindo falta
A vida ficou muito chata e fria

Eu queria alguém que acendesse a luz
Com esse tipo de energia que seduz
E que mostre o caminho
Ninguém vive feliz sozinho

Tudo que eu queria era sentir de novo o amor
eu daria tudo pra sentir de novo o amor

Se eu abrir o meu coração
Eu só te peço que não me abandone outra vez ...

Tem momentos que eu não sei o que é real
Ou se alguém no mundo sente o que eu senti
Alguém de verdade
Chega de sonho pela metade

Tudo que eu queria era sentir de novo o amor
eu daria tudo pra sentir de novo o amor

E se eu abrir o meu coração
E minha alma te convidar
Todo cuidado pra não ferir
Não jogue meus sonhos fora outra vez ...