segunda-feira, 20 de setembro de 2010

Inventor de amores

Eu já não sei mais o que faço com meu coração Eu não tenho mais o controle da situação
Todo caminho que eu sigo me leva a você
E quanto mais tento fugir, eu me aproximo mais Não tem mais jeito, já se foi, razão ficou pra trás Eu já não sigo meus instintos, medo de sofrer


E se eu me entregar, será que vai rolar?
Sou uma doente, apaixonada, e ele tem razão
Se for pra ser assim, eu vou cuidar de mim
Eu penso em desistir, e ele diz que não


Meu coração apaixonado, atormentado, em dores Procura entre os outros, o inventor dos amores Espero que essa paixão nunca me deixe mal

Eu quero te amar e também quero ser amada Desejo ser o seu amor, e não a sua escrava
Espero que essa paixão não tenha ponto final
Se não, Adeus tchau tchau!


Joerge e Mateus

sábado, 18 de setembro de 2010

A vc, com amor!!!

Deixa eu dizer que te amo
Deixa eu pensar em você.
Isso me acalma
Me acolhe a alma
Isso me ajuda a viver


Hoje contei pras paredes
Coisas do meu coração
Passei no tempo
Caminhei nas horas
Mais do que passo a paixão
É um espelho sem razão
Quer amor fique aqui?

Meu peito agora dispara
Vivo em constante alegria
É o amor que está aqui

Marisa Montes - Amor I Love You


quinta-feira, 16 de setembro de 2010

O mate do João Cardoso!

Este é um conto gauchesco muito interessante, dedicado especialmente a alguém, que ao ler ira identificar-se fácilmente com ele...

VIDA!!!


- A la fresca!... que demorou a tal fritada! Vancê reparou?

Quando nos apeamos era a pino do meio-dia... e são três horas, largas!... Cá pra mim esta gente esperou que as franguinhas se pusessem galinhas e depois botassem, para depois apanharem os ovos e só então bater esta fritada encantada, que vai nos atrasar a troteada, obra de duas léguas... de beiço!...

Isto até faz-me lembrar um caso.. . Vancê nunca ouviu falar do João Cardoso?... Não?... É pena.

O João Cardoso era um sujeito que vivia por aqueles meios do Passo da Maria Gomes; bom velho, muito estimado, mas chalrador como trinta e que dava um dente por dois dedos de prosa, e mui amigo de novidades.

Também... naquele tempo não havia jornais, e o que se ouvia e se contava ia de boca em boca, de ouvido para ouvido. Eu, o primeiro jornal que vi na minha vida foi em Pelotas mesmo, aí por 1851.

Pois, como dizia: não passava andante pela porta ou mais longe ou mais distante, que o velho João Cardoso não chamasse, risonho, e renitente como mosca de ramada; e aí no mais já enxotava a cachorrada, e puxando o pito de detrás da orelha, pigarreava e dizia:

- Olá! Amigo! apeie-se; descanse um pouco! Venha tomar um amargo! É um instantinho.... crioulo?!...

O andante, agradecido à sorte, aceitava... menos algum ressabiado, já se vê.

- Então que há de novo? (E para dentro de casa, com uma voz de trovão, ordenava: - Oh! crioulo! Traz mate!

E já se botava na conversa, falava, indagava, pedia as novas, dava as que sabia; ria-se, metia opiniões, aprovava umas cousas, ficava buzina com outras...

E o tempo ia passando. O andante olhava para o cavalo, que já tinha refrescado; olhava para o sol que subia ou descambava... e mexia o corpo para levantar-se.

- Bueno! são horas, seu João Cardoso; vou marchando!...

- Espere, homem! Só um instantinho! Oh! crioulo, olha esse mate!

E retomava a chalra. Nisto o crioulo já calejado e sabido, chegava-se-lhe manhoso e cochichava-lhe no ouvido:

- Sr., não tem mais erva!...

- Traz dessa mesma! Não demores, crioulo!...

E o tempo ia correndo, como água de sanga cheia.

Outra vez o andante se aprumava:

- Seu João Cardoso, vou-me tocando... Passe bem!

- Espera, homem de Deus! É enquanto a galinha lambe a orelha!... Oh! crioulo!... olha esse mate, diabo!

E outra vez o negro, no ouvido dele:

- Mas, sr!... não tem mais erva!

- Traz dessa mesma, bandalho!

E o carvão sumia-se largando sobre o paisano uma riscada do branco dos olhos, como encarnicando...

Por fim o andante não agüentava mais e parava patrulha:

- Passe bem, seu João Cardoso! Agora vou mesmo. Até a vista!

- Ora, patrício, espere! Oh crioulo, olha o mate!

- Não! não mande vir, obrigado! Pra volta!

- Pois sim..., porém dói-me que você se vá sem querer tomar um amargo neste rancho. É um instantinho... oh! crioulo!

Porém o outro já dava de rédea, resolvido à retirada.

E o velho João Cardoso acompanhava-o até a beira da estrada e ainda teimava:

- Quando passar, apeie-se! O chimarrão, aqui, nunca se corta, está sempre pronto! Boa viagem! Se quer esperar... olhe que é um instantinho... Oh! crioulo!...

Mas o embuçalado já tocava a trote largo.

Os mates do João Cardoso criaram fama... A gente daquele tempo, até, quando queria dizer que uma cousa era tardia, demorada, maçante, embrulhona, dizia - está como o mate do João Cardoso!

A verdade é que em muita casa e por muitos motivos, ainda às vezes parece-me escutar o João Cardoso, velho de guerra, repetir ao seu crioulo:

- Traz dessa mesma, diabo, que aqui o sr. tem pressa!...

- Vancê já não tem topado disso?...