segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

Casal ioiô não consegue viver junto nem separado. Fica no vaivém.


Encontrei este artigo na revista caras e gostaria de compartilhá-lo. Quem nunca teve um amor ioiô que atire a primeira pedra.




"Quando há resistência de um ou de ambos os parceiros para aceitar as instabilidades naturais da paixão e dos afetos, a hesitação entre permanecer juntos ou terminar de vez torna-se eterna. Para conquistar a constância no amor é necessário admitir que todo relacionamento flutua ao sabor das emoções e que não há apenas o bom e o belo, mas também o mau e o feio, em toda convivência."

É fato que ao longo da história quase nenhum casal se livrou, pelo menos uma vez na vida, de um momento ioiô, um começar, terminar e começar de novo, fruto da natural instabilidade dos sentimentos e desejos, hesitação que não raro precede a decisão de assumir a relação ou terminá-la de vez. Normal. Já os relacionamentos ioiô caracterizam-se por um fim dessas idas e vindas, resultando em uniões hesitantes e conflituosas.
Às vezes, é um dos parceiros quem brinca de ioiô, o outro fica à mercê de sua instabilidade, sofrendo anos a fio. Ocorre também de os dois se alternarem no processo de terminar e voltar - lembrando a música dos Beatles, Hello Goodbye: "Você diz sim, eu digo não, e eu digo olá, eu não sei por que você diz adeus, e eu digo ola".
E acontece, ainda, de o casal brincar junto de ioiô: Quando se distanciam, sente frio e se procuram; quando reaproximam, se espetam e se repelem. Uma instabilidade que revela a intolerância, a dificuldade de suportar as diferenças, o paradoxo do amor e do ódio, do querer e não querer, de se resignar com o bom, o mau e o feio das relações.
Para casais assim, viver perto é tão difícil quanto viver longe um do outro. Eles se separam e acabam reatando, muitas vezes após tentar relações com pessoas idealizadas e que logo viram sapos.

*Paulo Sternick (Psicanalista)


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